terça-feira, 25 de setembro de 2018

A eleição do ranço

Época de campanha política. Propagandas pagas, espaços gratuitos. Emissoras de rádio e televisão tendo cuidado em suas programações, pois isso pode, isso não pode. A meta da Justiça Eleitoral é dar igualdade a todos, mesmo que esta igualdade seja tão desigual. Mas, acompanhando os horários gratuitos, os posts da Internet e os carros de som, reflito:

- ‘Ajude fulano de tal com seu voto’. Péssima frase. Nossa obrigação não é ajudar ninguém, é votar de forma séria para que o eleito, pago por nós, desempenhe um papel exemplar, baseado na ética e profissionalismo, sendo guiado pelos anseios da comunidade.

- Os ataques na propaganda gratuita servem para uma coisa: fazer o eleitor pegar ranço. Nós é que pagamos este horário eleitoral, e, no mínimo, seria melhor acompanhar as propostas do que ver candidatos denegrindo as imagens dos outros.

- Quando o candidato diz: ‘manda um whats pra mim’, sei que é uma ótima maneira de interação e proximidade, mas, é pura ilusão ao eleitor. Ou, você pensa que falará mesmo com seu possível candidato?

- Quando no sábado ou domingo, ao meio dia, você estiver tentando descansar após uma semana cheia e passar aquele carro de som acordando toda a vizinhança, repense sobre o respeito que este candidato tem com relação ao bem-estar da comunidade. Som é permitido, mas, precisamos usar o bom-senso.

- Sua caixinha de correio está lotada? A minha estava. Poluição ambiental e gasto desnecessário. Em um mundo que clama pela preservação do meio ambiente, gastar tanto papel inutilmente é a melhor estratégia? Eu não li nenhum, botei no lixo. Marqueteiros, repensem os meios para propaganda, por favor.

- Se na propaganda, o candidato falar que ‘entregou’ tal obra para a comunidade, entenda que eles não entregam nada a você. Nós pagamos para isso. Não vá a inaugurações batendo nas costas de políticos e agradecendo por demandas que são o seu dever.

- Se a região do seu Estado carece de desenvolvimento, tem estradas precárias, jovens com poucas perspectivas, acenda a luz amarela. Como os representantes estão olhando para a sua região?

- A cada eleição, uma certeza: a mesma coisa sempre. Slogans bem pensados; candidatos bem treinados; depoimentos de cidadãos comuns sobre aquele político; muito choro; sorrisos. Idosos, crianças e pessoas pobres explorados na mídia. Uma enxurrada de informações sobre o que fulano fez, como fez, etc.

Esta é uma eleição muito intensa nas redes sociais (pelo movimento dos internautas). Nunca se usou tanto o termo ‘liberdade de expressão’, quando, às vezes soa como uma liberdade para a opressão. Em contrapartida, nas mídias tradicionais, está tudo bem igual. O fulano fez, está fazendo e fará. Acredito que a pergunta final seja: será?  


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