Três horas da manhã. É
só acordar pra ir no banheiro que o sono já não vem. Aproveito aquele momento
“de folga” para pensar no dia que tive, no amanhã, nos afazeres. O celular
mostra que já são 3h30min. Toda a forma de acomodação já foi buscada para dormir,
mas nada. Começaram vir umas ideias legais para executar no trabalho. Bah, isso
seria bem jóia, traria impacto e poucos custos, pensei. Dei até um nome ao “pré-projeto”,
pensando nele várias vezes, na tentativa de memorizar e não esquecer no outro
dia. Na hora do café, pois foi necessário um café bem forte, sigo pensando no
nome, nas ideias, na possibilidade. Quase converso sozinha, foi por pouco. Ao
chegar no trabalho, dividi tudo aquilo, fizemos acréscimos e ajustes e, por
incrível que pareça, aquela ideia virou realidade.
O cansaço do trabalho e
a rotina acelerada nos empobrece. É impressionante como travamos na hora de
desenvolver coisas no ambiente organizacional e como em momentos descontraídos (ou
de insônia) conseguimos pensar com mais clareza e calma sobre vários
assuntos/demandas profissionais.
Ao passarmos um
briefing à uma agência publicitária, eles pedem “tempo”, cobram antecedência.
Ou seja, para os criadores, tempo é dinheiro, ou melhor, tempo é ideia. As
pessoas precisam respirar, sair da pressão, parar de ouvir o telefone tocar,
abandonar o whats. É preciso colocar um elástico nestas rotinas, sair da frente
da tela, pegar ar puro, esquecer, porque, quando menos se espera, a gente pensa
em algo legal para aquilo tudo. Vem sabe? Os gerentes e chefes costumam cobrar
bastante trabalho, prendem-se a horários, mas, isso não está diretamente ligado
a um ambiente produtivo (e criativo). Pessoas precisam de liberdade em seus
pensamentos, precisam clicar no botão do mouse com amor e não com pressa ou insegurança.
“Tempestades de ideias”
no meio da rotina são importantes no processo. Porém, se você é um colaborador
apaixonado pelo que faz, e se trabalha especialmente com comunicação, deve
identificar-se de que a mente precisa estar bem. E que produzir,
criar, lançar, é um desafio, não é besteira. Se você é coordenador de algum
setor, entenda que é melhor alguém pensando longe e grande do que enraizado em
um dia a dia pouco produtivo. Organize capacitações e viagens técnicas, lance a
ideia de um piquenique, convide para um happy hour, ou, por que não uma folga se
a rotina está pesada? A diferença pode estar exatamente aí e pode resultar em
melhorias no ambiente organizacional. O ócio pode ser muito produtivo.
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